Política Industrial: Semicondutores

Para um partido de Direita a função do Estado na economia é regulatória e de incentivo em áreas estratégicas.

Uma destas áreas é a de componentes eletrônicos. Neste setor o Brasil tem um atraso enorme com relação a diversas regiões do mundo até menos desenvolvidas humanamente.

O Brasil é um grande exportador, poderia ser muito maior, mas cresceu muito nos últimos 20 anos na exportação. As exportações do Brasil, com raras exceções são ainda produtos com baixo valor agregado. Um índice simples, mas útil para medir isto é valor exportado pelo peso.

Um quilograma de ferro custa US$ 0,0052. Já um IPad que com embalagem fica perto de Um quilograma custa US$ 499,00 no modelo mais barato. Já no caso da indústria farmaceutica isto fica mais claro. Um quilograma de “boi gordo” vale cerca de US$ 2,50 já um quilograma de Atorvastatina custa US$ 100.000,00

A fabricação de semicondutores faz parte deste processo de modernização industrial do país além de ser estratégico em termos de dependência estrangeira. O Brasil hoje não possui nenhuma, leiam bem, nenhuma planta de fabricação de semicondutores com capacidade de fabricação de qualquer coisa mais moderna do que tecnologia do final dos anos 80. Com isto a indústria eletrônica no país é pífia comparada com o consumo de eletrônicos pela população. As poucas coisas fabricadas no Brasil são montagem de partes ou o que se chama de OEM (equipamentos de terceiros em que se coloca uma marca nacional)

Somando esta deficiência com a dificuldade de importação de semicondutores o quadro é de uma grande insuficiência tecnológica em áreas correlatas como produtos médicos, aviônicos, equipamentos de telecomunicação, etc.

O desafio de um estado brasileiro eficaz é reduzir o custo da máquina para poder investir em áreas estratégicas e a fabricação de semicondutores é uma delas.

  1. Montaram uma fábrica de semicondutores (no Paraná, acho) que custou um saco de dinheiro e ninguém nunca mais ouviu falar.

    • Pois é, as tentativas de fazer plantas de fabricação de semicondutores no Brasil foram para o brejo.

      Quem vive na região da Zona Franca como você, sabe que as indústrias da Zona Franca não agregam muita tecnologia só com montagem

  2. Giorgio E. O. Giacaglia

    Creio que seria possível realizar uma “gap analysis” para poder alcançar um patamar melhor. Se formos olhar a literatura encontramos centenas de trablhos acadêmicos sobre esta problemática, produzido em Cursos de Pós-graduação premiados pela CAPES como centros de excelência, mas a execlência se reduz a escrever um artigo ou centenas deles, em revistas especializadas. Muito dinheiro o CNPq, a CAPES, e as Fundações de Amparo à Pesquisa gastam com esses lindos trabalhos acadêmicos, com resultados pífios. Onde estão as patentes? Em que empresas atuam esses autores laureados? Perdão, muitos atuam no exterior em paíse eonde a produção é valorizada por resultados e não por atigos em revistas técnicas. Aliás, é pelo NÚMERO DE PUBLICAÇÕES que a CAPES qualifica os programas de pós-graduação. E muito dinheiro é gasto nessa atividade. Bem dá para escrever um livro sobre o assunto. Mas não adianta, os acadêmicos não querem que lhe se “roube o quejo”.

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